sexta-feira, 17 de julho de 2009

Estarei errado?

É engraçado ver como as teorias evoluem e mudam...
Observando os religiosos a minha volta concluo que a religião é uma teoria metamorfica, que se adapta com o passar do tempo.
Há quinhentos anos atras a terra era plana, era o centro do universo, so tinha 6000 anos e nos descendiamos todos de um homem e uma mulher que falavam com cobras.
Hoje em dia a religião adaptou-se de forma a que todos os anos aparecem novas religiões, novas leis surgem nas religiões mais antigas e cada vez mais pessoas confundem mito com realidade.
Como é possivel pensar em religião quando tentamos compreender a imensidao do universo?
Em algo tão vasto como é possivel o homem pensar que detem a solução quando não passa de um breve instante na historia do universo.
Se me disserem que a religião era necessaria outrora sou o primeiro a concordar mas hoje em dia ja passamos o tempo em que crescemos para la da religião...
Muitas vezes perguntam-me:
E se estiveres errado?
Posso estar errado mas prefiro pensar que o que me vai fazer viver para alem morte sera a memoria que vou deixar na terra como alguem que fez de tudo para a evolução do pensamento e da ciencia no mundo, como alguem que vai ser ensinado nas escolas pelas suas brilhantes descobertas, ou até por alguem que viveu a sua vida calmamente sem grandes feitos mas consciente que era responsavel pelas suas acções e que fez de tudo para viver uma vida sem remorsos...
Agora pensa, tu que te consideras religioso, um filho de deus, ou simplesmente alguem a procura de paz espiritual...
E se estiveres errado e antes de morrer pensares que ninguem se vai lembrar de ti, que seras so mais uma ovelha num rebanho cego sem vontade...

2 comentários:

  1. Meu caro, óptimo texto e boa perspectiva, mas… Deixa-me ser eu a colocar a questão agora: e se estiveres errado? O pensamento pode evoluir, sem dúvida, com a presença de uma ideia divina.
    Mas, em primeiro lugar, quero deixar clara uma coisa: o Deus de que falarei não está preso a qualquer religião. As religiões são criadas e regidas por homens, toda a gente sabe isso (e se não sabe devia saber). Até as próprias religiões já admitem isso. Durante o final da década de 60 do século passado, houve um evento extremamente importante para muitos milhões de pessoas, do qual imensa gente nem sabe que ocorreu. Falo, claro, do Concílio Vaticano II. Durante três anos, todos os bispos do Mundo se reuniram na pequena cidade do Vaticano, de forma a obter consenso em relação à posição da Igreja no Mundo. Foram alterados costumes, tradições e posturas em relação à abordagem cultural, social, política e até mesmo religiosa sobre as várias questões que dominam a agenda mundial actual. Essa mudança de posição mostrou que a Igreja, apesar dos muitos crimes contra a Humanidade cometidos em nome de Deus, reconheceu o erro dos seus antepassados e pretendeu assim corrigi-los. Não significa que o tenha conseguido, mas essa nova abordagem fê-la mostrar ao Mundo a sua nova abertura de espírito àquilo que não seria aceitável antes do Concílio Vaticano II.
    Tudo isto para dizer que a religião admite que criou leis divinas de forma a guiar os homens com a melhor moralidade possível. Claro, nem sempre correu bem, e nem sempre se puderam evitar grandes catástrofes. Mas, se quiseres, a Igreja não é mais que uma empresa, na verdadeira acepção da palavra. Vende um serviço, ganha o seu lucro (seja ele de imagem ou monetário) e mantém a sua esfera de poder no “mercado”. Ainda assim, a Igreja tem, e terá sempre, pela sua História e pela própria História da Humanidade, um valor cultural imenso. Muitas das coisas mais simples que vês acontecer ou ser ditas à tua volta nasceram devido ao poder da Igreja na sociedade onde estás integrado. Claro, podes manter-te céptico em relação às ideias da Igreja Católica devido às suas más políticas passadas. Mas, pensa: quem as não teve? A actividade humana e a sua inteligência guiam-se pela auto-correcção. Assim que caem nalgum erro, terão de o admitir e corrigi-lo, da melhor forma que encontrarem.
    Retorno à questão inicial: Deus. Deus pode ser descrito de inúmeras formas e ninguém sabe, por certo, se Ele existe mesmo ou não. Ainda para mais, e tal como dizes, quando há novas seitas (“seitas” e não religiões, como afirmas) a surgir a cada momento que passa. E sim, as seitas surgem com o intuito principal de ganhar dinheiro. Dou-te apenas o exemplo dos tele-evangelistas. Mas Deus pode não ter nada a ver com o Homem. No entanto, isso não invalida a sua existência. Há muitos nomes para Deus: Javé, Deus, Allah, Mãe-Natureza, Desígnio Inteligente, entre outros. Eu acredito no Deus descrito por um brilhante filósofo/cientista: Espinoza. Dirás, com razão, que esse Deus não se preocupa com o Homem, e eu corroborarei a tua opinião. Mas, na sua génese, este Deus de Espinoza preocupou-se, de certa forma, connosco, porque nos criou, através de um processo de selecção natural. Foi, assim, possível que nascêssemos enquanto seres humanos. As teorias científicas não invalidam a existência de Deus, e vice-versa. Essa visão científica anti-religiosa já foi ultrapassada em meados dos anos noventa. Hoje há, certamente, inúmeros resquícios dessas posições anti-teístas, mas a grande maioria da nova geração de cientistas admite a existência de Deus e com a possibilidade de o provar cientificamente. Aconselho que leias vários livros editados por John Brockman, que reúnem vários textos de vários cientistas de renome mundial, para compreenderes a visão teísta de muitos deles.

    Forte abraço, meu caro!

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  2. Deus pode existir, por muito desenvolvidas que estejam as teorias científicas ou por muito que os cientistas não acreditem em Deus (que já são poucos, e esse também é um óptimo indicador cultural). Não é dado adquirido, mas há essa possibilidade. E não estou a falar de um velhinho de barbas sentado numa nuvem. Estou a falar de uma entidade que vai muito para além do nosso entendimento. Por outro lado, as instituições religiosas defendem apenas o seu ponto de vista e a sua motivação, assim como o fazem os partidos políticos ou até mesmo os cientistas. Mas não pode ser descurado o valor cultural e social de uma Igreja na sociedade. É uma instituição formadora, tal como a escola, que incute valores morais que, actualmente, são correctos. Se optares por não acreditar nos ensinamentos que ela transmite, lembra-te do que te contei do meu professor de Cristianismo: a Bíblia é uma obra literária, repleta de recursos estilísticos, que metaforizam sobre a existência humana e sobre a melhor forma de agir em determinadas situações.

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