quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Um dia como os outros...

Acordar de manhã, ligar a TV, aturar uma gaja com um nariz de plástico e que fala entre-dentes só para poder saber o estado do transito. Pegar no carro, fazer 25 klm para o trabalho, insultar todos os condutores que julgam que as regras de transito se aplicam a todos menos a eles, porque eles estão com pressa. Desviar o carro dos buracos enquanto tento que ninguém me bata no carro, chegar ao trabalho e procurar um lugar para estacionar enquanto alguém cria filas de transito porque não consegue fazer inversão de marcha ao "smart".
Vestir a bata e ir beber um café enquanto se explica a um individuo que não sei a planta do hospital de cor. Atender o telefone e praguejar porque voltaram a carregar no botão que tem escrito por baixo não carregar. Ir activar a maquina e repetir mais uma vez que sem detergente ela não funciona e que quando apita a maquina não vai explodir.
Voltar e ligar a televisão durante um bocadinho e descobrir que o desemprego aumentou, e que o país está a beira de uma crise politica. Desligar a televisão e ligar o radio, procurar uma radio que não passe lady "engasga-te" ou uma musica brasileira lamechas.
Olhar para o relógio e ver que são nove e meia da manhã.
Resolver beber mais um café para dar animo, descobrir que o trabalho que se andou a fazer durante um mês afinal não era necessário.
Desligar o cérebro até ao meio dia para suportar a opinião desportiva de quem me encontra nos corredores ou as queixas sobre os empregadores de cada um...
Almoçar enquanto ouço alguém dizer que no tempo deles tudo era melhor...
Voltar ao trabalho e tentar explicar que maquinas com mais de 15 anos avariam muitas vezes, preencher papeis em quadruplicado porque vivemos na era da informática...
Ver o saldo da conta e averiguar que ela não cresce, arrumar as coisas para sair e receber um telefonema de alguém a reclamar que está uma maquina parada desde manhã mas só agora se lembrou de ligar, desligar o telefone antes de insultar o interveniente até a geração da bisavó.
Resolver o problema e ligar o carro a pressa para enfrentar uma hora no transito, ouvir um barulho estranho no carro e divagar no preço da reparação, chegar a casa a sonhar com um banho quente, descobrir que não há gás, sair de casa para ir buscar gás e passar 20 minutos a espera que o gajo da frente entenda o que a empregada da loja lhe está a explicar, carregar a bilha de gás, chegar a casa para finalmente tomar um banho quente.
Sentar-me no puff para ver uma serie e descontrair um bocado, ouvir a campainha assim que começo a ver o episódio, explicar pela milionésima vez que já tenho Internet em casa e que não quero mudar.
Preparar o jantar e arranjar as coisas para o dia seguinte, jantar, finalmente deitar-me na cama e aconchegar-me só para me lembrar que me esqueci de ligar o telemóvel a carga, voltar a deitar-me para finalmente poder dormir...

E ainda faço tudo com um sorriso nos lábios...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Raros dias...

São raros os dias em que me sinto preso, enjaulado, acorrentado as causas das minhas acções.
Aqueles dias em que só quero pontapear tudo para longe e largar tudo o que me rodeia...
Hoje é um dia assim, em que me sinto preso, em que so queria pegar na mochila e desaparecer no horizonte.
Nestes dias perco-me nos confins do céu, fitando o desconhecido, desejando que podesse fitá-lo até me perder... Estes dias são raros, mas ainda assim me assombram...
Sonho com outra vida que não a minha , sonho com uma vida livre sem amarras, uma vida com a coragem para fazer o que anseio...
Mas as vezes falta me a vontade para dar o passo e é nesses dias que fico parado a olhar o infinito....